sábado, 9 de março de 2013

Histórias de metro parte I

Odeio pessoas ignorantes, no sentido de falta de conhecimento sobre os assuntos que elas adoram falar. O metro, por exemplo, é um poço que carrega pessoas desse nível. Não estou criticando o transporte público, pois acho o sistema do metro, por mais cheio que seja, incrível. O melhor modo de se locomover em São Paulo, na minha opinião. Enfim, muito me indigna saber que as pessoas associam estações à classes sociais. Ontem estava indo para a rodoviária, quando entraram duas mulheres na São Bento, fofocando, até que o metro parou na Luz, quando uma delas virou e disse: "Afff, olha aí a estação dos favelados!" Bom, a priori, ela entrou na São Bento! Tão longe da Luz... O centro é um local degradado, porém não é uma favela. Não sei, ela pode ter dito isso então pelo fato da Luz fazer ligação com com as linhas de trem e a linha amarela do metro, assim sendo, continuo sem entender. Quer dizer que quem pega trem é favelado, quem trabalha na Luz é favelado, quem mora nas cidades vizinhas de São Paulo é favelado, quem pega a linha amarela é favelado?????
Favelado é um termo tão insignificante, de pessoas de tão baixa educação!
Sim, São Paulo possui muitos moradores de baixa renda, que de forma geral, quando não trabalham nos seus próprios bairros, geralmente periféricos da cidade, trabalham no centro, que possui uma atividade comercial alta. Não estou dizendo que quem mora nos bairros periféricos da cidade sejam todas pessoas de baixa renda, as pessoas associam periferia a pobreza, ignorância delas, novamente. Áreas periféricas, apenas significam que ela ficam a borda da cidade. Bairros periféricos não são favelas.
Mesmo porque sabemos muito bem que a maior favela de São Paulo começa ao lado de um dos bairros mais ricos.


Não sabia que era tão evidente essa diferença de classes, até que um dia fui até o Morumbi, a rua era linda, arborizada, com edifícios chiquérrimos, até que do nada, acaba o muro do último condomínio, e colado nesse muro, edificações de baixissima renda. Não é periferia, quem mora nessa região acaba se utilizando da linha de trem que acompanha o  Rio Pinheiros, onde há uma grande concentração de empresas de alto padrão. Posso ficar citando inúmeros locais de baixa renda conurbados a uma urbanização de alta renda que se utilizam do mesmo transporte público. A cidade de São Paulo possui muitas favelas consolidadas no meio da malha urbana. Não significando que as pessoas que nelas vivem, são de mau carácter, ou faveladas, no sentido de marginalizadas. Pobres e ignorantes são as pessoas que assim como essas duas moças do metro não sabem nada sobre a vida dos outros, ou sobre a cidade onde vivem, julgando as pessoas pelo corte de cabelo ou pela marca de suas roupas, pessoas pobres de alma!

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